domingo, 19 de abril de 2015

o punidor

A lua que incendeia os corações sujos é a mesma que limpa o mar de sangue no chão do meu quarto.

Nada é mais seguro e agora apenas espero o som das sirenes ecoarem na madrugada vazia.

Não tenho mais medo, quebrei quem travava a pior das batalhas em meu demônio intestino – orgânico como um balde de fezes – e que me fazia congelar ao som de seu nome. A noite mostra que de imediato não posso esperar por nada, pois os juízes não me darão perdão e os anjos viraram suas asas para outras direções.

O avião de Pedro caiu no abismo da vingança e o pai não se importa comigo.

Então apenas os japoneses tem um novo plano. Eles me falaram, eles me convenceram e me guiaram até aqui. Em troca do que faria, meu corpo seria renovado e preparado para o apocalipse da humanidade.

Eu aceitei na hora, afinal eu não sabia que o preço seria este.

Hoje eu sou imune a tudo e a todos, não preciso mais temer a vida e muito menos a morte. Dentro de mim corre a benção e a maldição da eternidade da luz.

Só que para isto acontecer, para eu ser o escolhido da luz e das trevas, eu acabei me tornando o que eu temia.

Hoje eu sou o Punidor, sou eu que escolho quem deve viver. Sou eu que escolho o caminho das almas... para o bem, ou para o mal.