A mulher biônica caminha sob chuva. O frio assusta os incautos, mas ela parece não se importar com as esquinas da cidade. Seu caminhar é como o desfile de uma über model, deslizando sobre uma lâmina de água que reflete o vermelho de velhos neons.
Voltaire sentado no cabaré, escrevendo sonhos elétricos, observa quando ela entra, senta na mesa de canto e cruza as longas pernas mecânicas.
A música pulsa em uma batida tribal hipnótica e a mulher biônica pede uma bebida para a garçonete. Ela bebe enquanto cruza o olhar pela pista de dança e observa os vampiros urbanos dançando de forma lasciva.
Seringas carregadas da melhor heroína brilham de mão em mão, a nova religião prega a liberdade da mente. Luxúria na igreja dos corpos plásticos, onde a promessa de vida eterna se cumpriu.
A mulher biônica levanta e vai dançar, ela sabe que hoje é apenas mais uma noite e sua bateria está carregada.