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quinta-feira, 20 de agosto de 2020

sonhos elétricos


A mulher biônica caminha sob chuva. O frio assusta os incautos, mas ela parece não se importar com as esquinas da cidade. Seu caminhar é como o desfile de uma über model, deslizando sobre uma lâmina de água que reflete o vermelho de velhos neons.

Voltaire sentado no cabaré, escrevendo sonhos elétricos, observa quando ela entra, senta na mesa de canto e cruza as longas pernas mecânicas.

A música pulsa em uma batida tribal hipnótica e a mulher biônica pede uma bebida para a garçonete. Ela bebe enquanto cruza o olhar pela pista de dança e observa os vampiros urbanos dançando de forma lasciva.

Seringas carregadas da melhor heroína brilham de mão em mão, a nova religião prega a liberdade da mente. Luxúria na igreja dos corpos plásticos, onde a promessa de vida eterna se cumpriu.

A mulher biônica levanta e vai dançar, ela  sabe que hoje é apenas mais uma noite e sua bateria está carregada.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

olhos

Acordei assustado e vi que uma criança me olhava pela janela do meu quarto.
Fiquei muito assustado pois moro do 18º andar.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

encontro com rama II

Um lugar iluminado em seu futuro, onde você pode acreditar nas promessas de uma vida melhor. No limiar dos mundos, a América se vangloria das suas guerras e das suas listras horizontais. Tudo está errado no governo central e ninguém se levanta para falar sobre as promessas quebradas. A TV mostra que a peste e a morte são um produto rentável, vendido por uma linda mulher de sorriso branco. Soylent Green distribuído para todas as crianças na escola. Você segura a mão da freira e pede benção "irmã, proteja nossa casa", e ela responde "não exite lugar como nossa casa". Rama é o nosso novo lar.
Você cresceu e se tornou o cowboy espacial.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

novos deuses

Seres de outros planetas chegaram em uma grande bola de luz branca. Minhas mãos suaram e tremeram e naquele momento eu só pensei em dizer que te amo e que se o mundo fosse acabar naquele momento, eu queria acabar ao seu lado.

O medo, olhando aquele globo de luz iluminando a noite escura, me fez ir em direção ao que parecia ser o perigo. Mas eu estava enganado. Não era o perigo, a morte ou o fim dos tempos que me assustavam, o que fazia eu caminhar silenciosamente em direção ao desconhecido sem me importar com nada, era tentar entender o significado de estamos aqui.

Qual o sentido de nossa perene vida?

Por que lutar por tudo que conquistamos se em apenas um segundo tudo acaba e o que mais amamos silencia o sopro de vida no corpo e voltamos a ficar sozinhos e sem amor... sem amar mais.

Não pode ser isto o certo na vida.

A luz se abriu como um portal e dali saiu uma forma de vida humanoide. Ela me viu e eu sabia, ou sentia, que ela falava algo comigo. Sem uma palavra ela me disse "mostre-me o que é mais precioso em seu mundo, pelo que valeria morrer".

Pelo que eu morreria? Existe algo que vale a pena eu lutar? Com certeza não é pela minha pátria, nem pelo meu povo que nada mais me representa.

Fiquei em silêncio e novamente ela me perguntou: "pelo que você entregaria seu corpo e sua alma"?

Olhando aquele ser de carne e luz eu respirei fundo e respondi pensando o quanto é importante eu ver seus olhos.

"Eu morro por ela" - eu disse de forma serena, lembrando o quanto eu acredito em alucinações e sonhos que não se realizam e em amores imaginados. Lembrando do calor do seu corpo tocando minha pele.
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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

voltando para a literatura

Em dezembro do ano passado eu comecei a escrever um livro de ficção sobre um futuro onde não existirá exército e os países contratarão mercenários para os combates. 
A história começa assim:

"Meu nome é Andres Diena, sou um soldado da fortuna, ou mercenário, como alguns comumente me chamam.
Nasci em Buenos Aires, filho de um judeu italiano e uma argentina ultra católica. Meus pais se conheceram nos anos 60 na extinta União Soviética. Ambos trabalhavam, ele como físico e ela como médica geneticista, em um centro de pesquisa voltado para projetos de armamentos nucleares de pequeno porte."

E por aí vai... minha dúvida é: escrevo todo livro e mando para alguma editora; tento publicar; ou vou publicando os capítulos aqui semanalmente - como uma novela?

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

um conto de ficção científica e terror

Maravilhas tecnológicas. Armaduras. Exoesqueleto. V2. Míssil Valkiria. Satélites. Conexões. UFO. Distrações. Distrações. Distrações. Em alguns anos a história será contada pelo seu pai e você aprenderá que um novo líder nasceu em pleno caos. Nascido no Lixo, no mar da pestilência e doença. Lama e fezes o alimentaram e o tornaram uma máquina mutante. Sem futuro ele provou que podia lutar contra todos. Usou suas mãos e massacrou um-a-um cada inimigo feroz. Sobreviveu no submundo e cresceu como uma máquina sem sentimentos. Foi o primeiro animal tecnológico da era pós-silício. Seu objetivo, vencer; sua função natural, matar; seu sentimento, ódio. Traído pelos seus criadores. Sem pais. Sem filhos. Sem bandeiras e nenhum irmão para cuidar. Sua casa é todo lugar. Seu corpo é plástico, fibra, fio, kevlar, metal. Seu coração é vazio. Um motor pulsante. Rotação nuclear. Vontade. Força. Determinação. Repetição. Repetição. Repetição. Um, zero, zero, um, um, um zero. Ossos se quebram. Máquinas renascem. O filho da nova geração. Preparado para ser o filho definitivo desta terra.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

plástico, carne e metal

As noites são mais escuras em Santa Maria, onde vivo buscando uma forma nova de vida.

O cartão ainda tem limite e  é usado pra comprar as armas mais caras.

Uma prótese no braço lembra que as partes mecânicas são feitas para dar prazer e satisfação.

Uma garota cheira a carreira nas nádegas roliças de sua amiga.

Renton faz amor com Sara dentro das ferragens de um carro destruído em um acidente. Parafusos e carne se mesclam em uma onda de prazer robotizado.

A música das esferas.

01123581321345589144...

Matemática da vida em uma filosofia evangelizada pelos novos canais de internet.

Rede social, sexo virtual... real em tubos ligados pelo caminho do hiperespaço.

A sedução do córtex torna o beijo ritmado.

Cruz de silício.

Vale do silicone vernelho.

Terminou o tempo. Quinze minutos de prazer que se esgotam e ela veste a calcinha com estampa de oncinha.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

violência e amor

O amor queima
Na vingança da femme fatale
Algumas coisas são certas
No açúcar corrompido
No espelho quebrado
É muito tarde
Na profundeza da sua alma
Acabou

Então vamos começar novamente
Desligue a luz
Esqueça o fogo
O piano nos faz dançar a música dos beijos roubados
Mas agora já é tarde
E o seu corpo cansado me diz
Acabou

Então vamos começar novamente
Com os meninos dos Estados Unidos
Que ficam nas ruas vagando sem lar
São 4 da manhã
E eles abanam
Quando já é muito tarde
E a pele já foi rasgada
Acabou

terça-feira, 21 de abril de 2015

os demônios interiores

Um ser consome ela todos os dias. Ela sabe disto, ela sente isto. Não é uma sensação existencial, muito pelo contrário... ela sente os pequenos dentes do ser que vive dentro dela, se alimentando da sua carne.

Mas ninguém acredita no que ela fala. Todos acham que ela é louca.

Tentou avisar seus pais quando criança e falou com seus namorados quando adolescente. Nada adiantou.

Hoje ela conta para seu marido, e mesmo assim ele não presta atenção no que ela fala.

Então ela não se importa mais... que o ser que a consome, assuma o seu corpo e mate todas as pessoas que duvidaram da sua palavra.

terça-feira, 25 de março de 2014

uma pequena ficção

Eu andei pelas ruas da da dor.

Com trinta anos não sabia onde encontrar uma nova chance.

Mas era um sábado e eu esperava algo melhor, quando entrei naquela galeria de arte. O som do choro da criança retornou aos meus ouvidos e eu parei no meio do caminho.

Eram 23h23min quando ouvi a sirene do bombardeio.

Aviões cruzavam o céu e depois do sexo os casais morriam carbonizados abraçados.

Busque os relógios derretidos pelo calor.

Traçantes cruzam de um lado para o outro.

Venha comigo, é nossa única chance de ficarmos juntos em pleno oriente. Os árabes vieram nos matar. Vista sua melhor jaqueta de couro, pois nosso casamento será na estrada, fugindo deste mundo onde a ordem se estabeleceu sobre o caos e o sistema ordena o nosso fim.
Vamos pegar o caminho que nos leva ao fim infinito.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

sexo e plástico

Ciência humana.

Meu coração apaixonado pela garota sintética.
Ela fala, fala, fala, e perco minha concentração com sua voz eletrônica.  

Ela dança no ritmo certo, movimentos hidráulicos, pneumáticos.

Como uma droga que dilacera minhas veias, cortando os tubos por dentro e matando minha humanidade, fervendo meu sangue, ela sorri de forma programada e isto me conquista.

Mas eu gosto.

A abertura macia, artificial envolve meu corpo, me engole. Me leve com você. Eu quero você. 

Linhas simétricas. 

Olhos cor de violeta, dedos de metal, silicone. 
A dança do carbono.

Garota sintética. Corvos reais sobre seu corpo. O final da bateria nuclear. Falsa virgem empalada pela carne. Ela sorri e fala frases feitas. Sucção. Óleo de máquina, gel, sêmen. Gemidos binários.

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Cronômetro zerado.

Cartão de crédito paga  o fim do amor.

E  no final ela vai embora recarregar sua energia em outra lua.

terça-feira, 9 de abril de 2013

amarelo e púrpura

Caminhando pela praia você sempre fica pensando que aviões amarelos nunca foram vistos no ar.

E você pensa o que importa a cor dos aviões?

Você não sabe meu caro leitor? 

Pense bem, como seria melhor um mundo com aviões amarelos e bicicletas púrpuras percorrendo os caminhos no céu e na terra.

Assim seria a nossa vida.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

breve a coisa volta ao normal

Faz tempo que não escrevo as estranhas desventuras de Sodaboy. Mas isto estará mudando em breve. Por isso, caso tu não conheça, ou não lembre mais (este mundo rápido é foda, todo mundo esquece tudo em menos de uma semana) é só CLICAR AQUI e conferir o que acontece na vida deste desafortunado punk velho.

sábado, 8 de setembro de 2012

mundo dos espelhos

Os espelhos já se quebraram em milhões de pedaços.
Eu quero desaparecer pois as maravilhas do mundo me engoliram e eu sucumbi como um menino perdido no reino dos espelhos.
Por favor, que o tempo voe, pois eu preciso descansar um pouco.
Minha mente se quebrou e os vermes metais comandam meu corpo.