quinta-feira, 16 de abril de 2009

ainda um punk


Mesmo com todas as mudanças na minha vida eu ainda me vejo como um punk. O que é estranho é que as pessoas ao redor, e falo de pessoas da minha geração ou mais novas, quando sabem disso, ficam me perguntando porque não estou com correntes no pescoço ou o motivo de eu tomar café em um local legal. Como se o fato de eu me considerar um punk eu tenha que andar sujo e só ir em botecos fuleiros.
Sabe, o mais legal do punk sempre foi a abertura que ele teve para novas tendências e como sempre buscou a anarquia do sistema. A coisa ficou chata quando virou moda e todo mundo passou a se vestir e ser da mesma maneira.
Nessa hora o punk morreu.
Mas ele voltou para o lugar dele, por dentro do sistema, lutando de outra forma, sem modismos e bandeiras.
Se tu achas que ser punk é andar cuspindo pela rua com uma bandeira vermelha na mão, está muito enganado.
Hoje, ser punk é escutar Nelson Gonçalves com New York Dolls, The Clash com Johnny Cash, Detrito Federal com Bach, comer sanduíche de morcilha, usar a roupa que tu tens vontade sem se preocupar com a moda, trabalhar no que tu gostas e aproveitar teu tempo livre para criar coisas que mudem a tua vida para melhor, é ser politicamente incorreto (pois ser politicamente correto é para falsos moralistas), é votar nulo, é cuidar da sua própria vida e não se preocupar com os outros e mais do que tudo, ser honesto.
Por isso considero que eu, e meus amigos velhos - velhos amigos, somos e continuaremos sendo um bando de punks.
E mais uma coisa... mesmo esse texto sendo piegas e até saudosista em alguns momentos, não gostou? Vai se fudê!