sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

talvez eu não comente mais sobre este assunto, afinal eu escrevi muito aqui e me aporrinho ao fazer isto

Esperei alguns dias para falar sobre o atentado ao jornal/revista francesa Charlie Hebdo.

Pois bem, nasci em 1971 e me criei nos anos 80 lendo e rindo com a extinta Chiclete com Banana do Angeli. Uma revista que tinha um libertador ar politicamente incorreto naqueles primeiros anos pós ditadura militar no Brasil. Ou seja, me acostumei com tirinhas satirizando Deus, a Igreja Católica, os judeus, os gaúchos, etc.
Lembro bem de uma tirinha da série "Angeli em Crise", onde um padre tentava exorcizar a personagem dizendo "veja Deus irmão!", no que a personagem dizia: "estou vendo, e Ele é um travesti negro de 1,90m de altura.
Isto é ofensivo, sim, pode ser para muitas pessoas.
Mas olha só, eu tenho muita fé e creio em Deus (muito!), mas mesmo assim nunca me senti ofendido com este tipo de coisa, muito pelo contrário, sempre ri muito imaginando este tipo de cena.


Entendo que alguns jovens sem futuro que vivem em países do oriente médio e que tem na vida apenas a privação e a ameaça de uma religião que comanda a todos com o peso do Mjölnir, se sinta ofendido quando alguém fala que Maomé é uma farsa ou veja um desenho representando Alá com um míssil  SCUD no rabo. Entendo pois a vida deste jovem é limitada ao sofrimento, ignorância e uso dos mesmos como massa armada.

"Quer uma vida melhor... morra por Alá".

Não é fácil meu véi.

E com tudo isto, vejo que a ignorância e o fanatismo religioso continua apenas sendo aproveitada por lunáticos que querem o poder e a destruição de quem não pensa como eles. Daí encontramos grupos armados na África matando meninas nas escolas por elas estarem estudando e jovens indo em missões suicidas em nome do seu deus.

E no caso do atentado na França o que resultou?

A morte de todos, o aproveitamento oportunista da direita europeia que quer expulsar de vez tudo que é estrangeiro e o crescimento da distribuição que era limitada aos 10 mil, 30 mil exemplares e que agora vai passar do milhão.
Resumindo, a violência sempre foi uma burrice.

E quanto à revista em si? Não vou ler, pois li (no final dos anos 80, começo dos 90) alguns exemplares antigos da, também francesa, Hara Kiri e achei uma bosta. é o mesmo tipo de revista, com humor escrachado e ironias de baixo calão.
Só que eu paro por aí... não gostei, não compro, não leio e, muito menos, divulgo.

Já no Brasil... as redes sociais criaram uma classe de comunicadores que sabem de tudo, falam de tudo e pior, acreditam que só eles sabem da verdade, consequentemente... quem não concorda com eles é O INIMIGO!
O que surgiu de especialista da Charlie Hebdo sem nunca ter ouvido falar na revista foi algo

Isto ficou bem claro na última eleição presidencial, quando petistas e anti-petistas se xingavam de todas as formas. O que convenhamos, é patético. Ainda mais, sabendo que ambos estão vivendo em um país dominado pelo mesmo grupo há décadas.

Mas pra relaxar e encerrar... se é pra zoar, vamos zoar com todos e isto é que é bom em um mundo falsamente livre.
quando esta capa saiu,
os cristãos deveriam ter explodido a revista

católicos devem marchar na França
e matar o cartunista