Daí tô caminhando pelo calçadão de Santa Maria, indo para uma reunião de trabalho, quando um hippie que vende uns objetos feitos de arame me segura pelo braço.
Bem, o problema já começa por aí, pois não sou muito receptivo com pessoas desconhecidas invadindo minha área pessoal. Mas que seja, achei que o dito hippie ia me pedir pra comprar um dos arames retorcidos em formato de bicicleta (ou cachorro, não consegui identificar o que era aquilo... talvez fosse um macaco, ou cavalo).
Só que não era isto que ele queria, o maluco me parou - ainda me segurando pelo braço! - pra pedir dinheiro pra comprar uma cerveja.
Sério gente... o hippie nem queria me vender nada do artesanato dele, ele queria BEBER! E beber com o meu dinheiro! Que diga-se de passagem já não tenho muito, afinal este governo de merda acha que meu cu é de pano e pode meter estocadas de piroca ao seu bel-prazer. Ou seja, eu me fodo trabalhando pra pagar cerveja pra um cara que fica o dia inteiro sentado fumando e entortando arame?
Tá maluco hippie?
Pra pedir dinheiro pra beber, o sistema serve, mas pra trabalhar tu é contra?
Cara, se fosse a época que eu era punk radical, chutava a bunda do cara pro outro lado do calçadão, mas como hoje sou um cara calmo, só falei: "magrão, não pega no meu braço". Daí virei as costas e segui meu caminho. Ainda escutei ao fundo: "pô veio... e a ceva"?
E eu só pensei... "Tem umas figurinha que só tratando com tapão na orelha".