um café como este,
ou qualquer outro que você já tenha visto
Fico sentado em um café de Santa Maria e olho...
olho ao redor e vejo as pessoas. Tento decifrar em meio ao turbihão de conversas desconexas um sentido para cada uma daquelas vidas.
Uma senhora de uns setenta anos senta próxima de onde estou e pede um choop. Ela nada fala, apenas sorri ao receber a bebida e fica quieta olhando o infinito, com o o olhar perdido daqueles que já chegaram ao fim. Ela percebe que estou olhando para ela e sorri cordialmente, eu retribuo o sorriso com um leve balançar da cabeça. A senhora pede outro choop e volta a viajar em seus pensamentos,
No fone de ouvido o som do V. Spy V.spy contrasta com o ambiente.
Mulheres fúteis, vestidas como peruas pouco elegantes matam seu tempo fofocando das amigas que não se encontram. Senhores de idade desesperados por alguma adolescente que lhes façam novamente serem os faunos de outrora. Jovens discutindo sobre os problemas da vida, do mundo e das coisas (nem sempre nesta ordem de importância) enquanto tomam um café.
Eu apenas olho. Não tiro conclusões e nem pretendo mais fazer isto.
A tarde passa e eu até fico um pouco mais feliz.