quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

sexo e plástico

Ciência humana.

Meu coração apaixonado pela garota sintética.
Ela fala, fala, fala, e perco minha concentração com sua voz eletrônica.  

Ela dança no ritmo certo, movimentos hidráulicos, pneumáticos.

Como uma droga que dilacera minhas veias, cortando os tubos por dentro e matando minha humanidade, fervendo meu sangue, ela sorri de forma programada e isto me conquista.

Mas eu gosto.

A abertura macia, artificial envolve meu corpo, me engole. Me leve com você. Eu quero você. 

Linhas simétricas. 

Olhos cor de violeta, dedos de metal, silicone. 
A dança do carbono.

Garota sintética. Corvos reais sobre seu corpo. O final da bateria nuclear. Falsa virgem empalada pela carne. Ela sorri e fala frases feitas. Sucção. Óleo de máquina, gel, sêmen. Gemidos binários.

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Cronômetro zerado.

Cartão de crédito paga  o fim do amor.

E  no final ela vai embora recarregar sua energia em outra lua.