sexta-feira, 25 de novembro de 2011

o matador de tolos

Eu fico parado todas as noites no alto do mesmo prédio, apenas observando as pessoas caminharem no mesmo compasso, como em um balé sem sincronia e sem sentido. Elas andam como cegos em uma procissão, seguindo o fluxo em uma de energia invisível. Os mesmo cordeiros de sempre.

Eu estou aqui, não como juiz ou Senhor, mas sim como arauto de um novo tempo, um tempo de violência e apatia, tempo de egoísmo e caos. Todos devem pagar pelos erros que existem neste mundo.

Meu papel aqui é apenas acabar com mais um individualista. Olho pela mira do meu fuzil e penso quem devo escolher... a mulher carregada de sacolas de compras, o homem de terno bem alinhado que conversa em seu celular moderno sem nem perceber que ao seu lado um cachorro de rua implora por uma afago ou a jovem vaidosa que se admira em todas as vitrines.

Escolho um homem com roupas brancas, calculo que seja um médico, que está sentado em uma mesa no deck de um restaurante. Ele mexe em seu tablet, provavelmente procurando mais um modelo de carro novo ou o anúncio de uma prostituta, não me importa, só sei que serão suas últimas ações.

Com calma, miro, prendo a respiração e puxo o gatilho. Não demora mais do que um segundo para ver a cabeça dele explodir e seu corpo tombar já sem vida antes de tocar no chão.

Todos correm apavorados sem saber de onde veio o tiro ou o que está acontecendo. Eu sorrio, cumpri minha função hoje, melhor ir para casa e ver algum filme na TV.

Amanhã é um novo dia.