Mostrando postagens com marcador contos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador contos. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

a canção da carne de porco

A aflição da espera.
Um tempo melhor que nunca chega e a descoberta do que havia de bom morreu na colisão entre dois carros.
Agora, apenas o uso de uma nova pele por semana ameniza a dor de ouvir os demônios dentro de mim.

quinta-feira, 12 de julho de 2018

encontro com rama II

Um lugar iluminado em seu futuro, onde você pode acreditar nas promessas de uma vida melhor. No limiar dos mundos, a América se vangloria das suas guerras e das suas listras horizontais. Tudo está errado no governo central e ninguém se levanta para falar sobre as promessas quebradas. A TV mostra que a peste e a morte são um produto rentável, vendido por uma linda mulher de sorriso branco. Soylent Green distribuído para todas as crianças na escola. Você segura a mão da freira e pede benção "irmã, proteja nossa casa", e ela responde "não exite lugar como nossa casa". Rama é o nosso novo lar.
Você cresceu e se tornou o cowboy espacial.

sexta-feira, 9 de março de 2018

fogo e gelo


Andando pelas ruas escuras no lado ruim da cidade. Olhando os viciados sonharem. 
Dentes amarelos, veias azuis cortadas, o vermelho na calçada suja.
O exorcismo dos desaparecidos, a queda, pedaços do corpo caindo do edifício.
Espere pelas memórias, elas são mais bonitas do que a realidade.
Menina dos cabelos do fogo, espere por mim.
Veja seu programa de TV e tome sua pílula, a chuva na rua é o sonho da morfina. Sob o céu vamos voar na velocidade da anfetamina.
O último mergulho ao infinito.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

seres

Eu acredito em Jesus, mesmo que seja tão difícil de acreditar.
Me peguei pensando nisso ao olhar a imensidão do mar.
Deixei escorregar a verdade pelas minhas mãos furadas pelos pregos da cruz.
Mais do que um conto de pescador, que pensa na morte e na vida enquanto vê a tempestade se aproximar, eu pensei na fé que move montanhas e na força de vontade dos soldados que estão na trincheira.
O azul profundo dos olhos do salvador é muito mais do que uma pintura.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

lutar

No amanhecer eu reparo que nada mudou. O mundo continua triste e todas as mentiras formaram a história da minha vida, cantada em uma oração de perdão por pássaros feridos.

Você é o tecido que une o ouro e a prata ao frio do meu coração. Você perdeu ao acreditar nas mentiras que seu líder contou, agora não adianta chorar sobre a farda de uma armada antiga.

Todo tempo não é suficiente para reparar o verde do campo queimado pelas bombas de napalm que joguei.

Você é o tecido que me fez entender que o mais importante para mim era o frio do aço. Este é o seu mérito, e por isso será poupada de morrer no inferno que transformarei esta cidade. Deixarei você ir para que conte minha história para sua família e para seus filhos. Conte sobre a criatura que me tornei e sobre o quanto eu devorei a carne dos oponentes sem sentir remorso.

Não existe mérito em viver se não lutarmos. Fagulhas e tiros iluminam a noite da batalha e nada termina antes de um novo começo... uma nova era. Quebrei portas, derrubei muros e matei os inimigos.

Hoje celebro a minha vitória esquecendo você.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

sol negro

Eu ainda hoje pensei...

O sol não significa mais nada e o chamado dos cães selvagens é o resultado. 

As fagulhas se apagaram e o novo começo é o seu término.

Segunda-feira.

Reviravoltas em uma vida perdida.

Segunda-feira.

Mais uma segunda que não sei o caminho correto para a porta da sabedoria, onde toda conversa será uma nova descoberta.

Arabescos.

Tintas e janelas pintadas no sal de prata.

Veneno em seus pés.

Toda conversa termina no ar rarefeito agora e você celebra sem eu estar ao seu lado.

Bomba H e novas cores no céu.

Estamos disformes devido o calor do corpo e da alma que se chocaram no mar vermelho.

E nada mais tem significado para você. Nem os desenhos que esculpi na pedra que usei para te matar.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

novos deuses

Seres de outros planetas chegaram em uma grande bola de luz branca. Minhas mãos suaram e tremeram e naquele momento eu só pensei em dizer que te amo e que se o mundo fosse acabar naquele momento, eu queria acabar ao seu lado.

O medo, olhando aquele globo de luz iluminando a noite escura, me fez ir em direção ao que parecia ser o perigo. Mas eu estava enganado. Não era o perigo, a morte ou o fim dos tempos que me assustavam, o que fazia eu caminhar silenciosamente em direção ao desconhecido sem me importar com nada, era tentar entender o significado de estamos aqui.

Qual o sentido de nossa perene vida?

Por que lutar por tudo que conquistamos se em apenas um segundo tudo acaba e o que mais amamos silencia o sopro de vida no corpo e voltamos a ficar sozinhos e sem amor... sem amar mais.

Não pode ser isto o certo na vida.

A luz se abriu como um portal e dali saiu uma forma de vida humanoide. Ela me viu e eu sabia, ou sentia, que ela falava algo comigo. Sem uma palavra ela me disse "mostre-me o que é mais precioso em seu mundo, pelo que valeria morrer".

Pelo que eu morreria? Existe algo que vale a pena eu lutar? Com certeza não é pela minha pátria, nem pelo meu povo que nada mais me representa.

Fiquei em silêncio e novamente ela me perguntou: "pelo que você entregaria seu corpo e sua alma"?

Olhando aquele ser de carne e luz eu respirei fundo e respondi pensando o quanto é importante eu ver seus olhos.

"Eu morro por ela" - eu disse de forma serena, lembrando o quanto eu acredito em alucinações e sonhos que não se realizam e em amores imaginados. Lembrando do calor do seu corpo tocando minha pele.
01101111 00100000 01110011 01100101 01110010 00100000 01100100 01100101 00100000 01101100 01110101 01111010 00100000 01101111 01101100 01101000 01101111 01110101 00100000 01110000 01110010 01100001 00100000 01101101 01101001 01101101 00100000 01100101 00100000 01101101 01100101 00100000 01100101 01101110 01110100 01110010 01100101 01100111 01101111 01110101 00100000 01110101 01101101 00100000 01110000 01110010 01100101 01110011 01100101 01101110 01110100 01100101 00101100 00100000 01110101 01101101 00100000 01110000 01100101 01110001 01110101 01100101 01101110 01101111 00100000 01100111 01101100 01101111 01100010 01101111 00100000 01110000 01110010 01100001 01110100 01100101 01100001 01100100 01101111 00101110 00100000 01100001 01101100 01101001 00100000 01100101 01110011 01110100 01100001 01110110 01100001 01101101 00100000 01110100 01101111 01100100 01101111 01110011 00100000 01101111 01110011 00100000 01110011 01100101 01100111 01110010 01100101 01100100 01101111 01110011 00100000 01100100 01100001 00100000 01110110 01101001 01100100 01100001 00100000 01100101 00100000 01110101 01101101 01100001 00100000 01100011 01101000 01100001 01110110 01100101 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01101100 01101001 01100111 01100001 01110010 01101001 01100001 00100000 01110011 01110101 01100001 00100000 01100001 01101100 01101101 01100001 00100000 01100101 00100000 01101101 01101001 01101110 01101000 01100001 00100000 01100011 01100001 01110010 01101110 01100101 00100000 01100101 01101101 00100000 01110101 01101101 01100001 00100000 01100110 01101111 01110010 01101101 01100001 00100000 11111010 01101110 01101001 01100011 01100001 00101110 00100000 01101000 01101111 01101010 01100101 00100000 01110011 01101111 01101101 01101111 01110011 00100000 01110101 01101101 00100000 01110011 11110011 00101100 00100000 01110101 01101101 00100000 01110011 01100101 01110010 00100000 01100100 01101001 01110110 01101001 01101110 01101111 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01110100 01110010 01101111 01110101 01111000 01100101 00100000 01110101 01101101 01100001 00100000 01101110 01101111 01110110 01100001 00100000 01100110 01101111 01110010 01101101 01100001 00100000 01100100 01100101 00100000 01110110 01101001 01100100 01100001 00100000 01100001 01101111 00100000 01101110 01101111 01110011 01110011 01101111 00100000 01110000 01101100 01100001 01101110 01100101 01110100 01100001 00101110 00100000 01110011 01101111 01101101 01101111 01110011 00100000 01101111 01110011 00100000 01101110 01101111 01110110 01101111 01110011 00100000 01100100 01100101 01110101 01110011 01100101 01110011 00100000 01100100 01100101 00100000 01110101 01101101 00100000 01101110 01101111 01110110 01101111 00100000 01110000 01101100 01100001 01101110 01100101 01110100 01100001 00101110 00100000 01101111 00100000 01100001 01101101 01101111 01110010 00100000 01101110 01100001 01101111 00100000 01101101 01100001 01101001 01110011 00100000 01100101 01111000 01101001 01110011 01110100 01100101 00101100 00100000 01101111 00100000 01110001 01110101 01100101 00100000 01100101 01111000 01101001 01110011 01110100 01100101 00100000 11101001 00100000 01110110 01101001 01100100 01100001 00101110 

domingo, 28 de maio de 2017

pequenas pessoas correm... o caminho é longo e o dia é cinza

Então você coloca aquela música de doce e melancólica melodia e anda pelas ruas da cidade em um entardecer de chuva. A sombra cinza do céu cobre os desejos que você sente e só imagina os braços dela em seu corpo. Abraço invernal.
Gotas no parabrisa e a luz dos faróis formam um lúdico piscar de cores.
Alguma coisa diz que é correto seguir em frente, sem se preocupar com as esquinas movimentadas e as dores dos dias passados. 
Existe algo muito maior.
Existe algo muito melhor disse o velho no canto do bar.
E eu sou tolo o suficiente pra sempre acreditar.
Lindas noites de outono.

sábado, 3 de dezembro de 2016

ei porco... vamos dançar a dança do fim

O mundo caminha para o fim dos tempos. O melhor da nossa era será a nossa ruína.

Tecnologia e química unidas em prol de um sonho melhor. Mente anestesiada e corpo preparado para o combate

Não há muito que possa ser feito pela humanidade, então, se concentre em quem está próximo.

Me ajude.
E vamos separar o bom e o mau.
Me ajude.
Me dando uma razão pra viver.
Me ajude.
Quebrando as correntes da misericórdia.

Agora vou caçar você como um animal.
Penetrar sua carne. Invadir seu espírito.
Vamos nos purificar para guiar os cordeiros do Senhor.

Eu sou o martelo da danação.
Eu sou a dor da expiação.
Eu sou a destruição.
Eu sou a ressurreição.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

the hungry... depois de comer carne humana, o animal nunca mais come outro tipo de alimento.

Em alguns dias, algumas noites, sinto uma energia diferente em meu ser. Meu corpo muda, de forma imperceptível pra quem me olha, mas intensidade incrível por baixo da minha carne.

É como se minha pele fosse tomada por uma eletricidade que irradia cada molécula, cada pelo, cada centímetro em mim.

Meus músculos ficam mais preparados, rijos como se em espera de um conflito, de um embate de forças similares.

Minhas narinas se dilatam para eu respirar melhor, minha pupilas cobrem meu olho inteiro, tornando meu globo ocular em uma imensa bola negra.

Movimento meus braços, minhas mãos se espalmam e meus dedos se movem como que tentando tocar a energia etérea que flui no ar da noite.

Sinto a intensidade do momento da caçada.

O prazer de abater a presa me excita.

Meu pescoço estala quando movimento minha cabeça de uma lado para o outro, lentamente, sem tirar meus olhos do foco, da mira, do prêmio maior.

Não penso mais em mim como homem... sou um animal que quer sentir o gosto da carne mais uma vez.

Sorrio... os olhos se fixam... meus dentes crescem e com a língua faço o contorno da arcada, salivando de fome.

Puxo o ar e completo os pulmões.

Coração bate em um ritmo lento... câmera lenta da preparação.

Tranco a respiração.

Me abaixo até o chão.

Minhas pernas tensionam.

Sangue bombeia os músculos.

A presa está se aproximando...

Fecho meus punhos.

Rosno.

E dou o impulso certeiro.

Ataco o pescoço.

A primeira mordida faz tudo.

Sangue.

Calor.

Sabor.

Agora me alimento.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

sete palmos, nove palmos, sem volta

Amor vazio
Em uma cama repleta de corpos em um motel barato
Seu nome é bianca
Ela é uma rock star
Enterrada em 9 palmos sob a terra
Em um vazio existencial
Amparada  pelos vermes canibais
Que devoram a sua carne
Ela não teve chance de pedir perdão
Sua casa foi um nosocômio
Nas noites escuras ela grita
"Queime!"
Não existirá uma nova chance
"Queime!"

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

violência e amor

O amor queima
Na vingança da femme fatale
Algumas coisas são certas
No açúcar corrompido
No espelho quebrado
É muito tarde
Na profundeza da sua alma
Acabou

Então vamos começar novamente
Desligue a luz
Esqueça o fogo
O piano nos faz dançar a música dos beijos roubados
Mas agora já é tarde
E o seu corpo cansado me diz
Acabou

Então vamos começar novamente
Com os meninos dos Estados Unidos
Que ficam nas ruas vagando sem lar
São 4 da manhã
E eles abanam
Quando já é muito tarde
E a pele já foi rasgada
Acabou

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

breve a coisa volta ao normal

Faz tempo que não escrevo as estranhas desventuras de Sodaboy. Mas isto estará mudando em breve. Por isso, caso tu não conheça, ou não lembre mais (este mundo rápido é foda, todo mundo esquece tudo em menos de uma semana) é só CLICAR AQUI e conferir o que acontece na vida deste desafortunado punk velho.

domingo, 10 de junho de 2012

pega com a carne na boca

Ela está parada no meio do quarto, usando apenas uma calcinha de oncinha e fazendo aquela cara de criança inocente que me irrita. Pego o dinheiro na carteira e deixo sobre a mesa, ela caminha de um jeito malemolente como se não estivesse se importando com a grana.

Ela fala que tudo começou quando o pai pegou-a chupando o namorado na garagem de casa. Não me importo com a conversa mas ela continua falando e conta que depois disso foi mandada embora e que a única coisa que poderia fazer era ganhar dinheiro fazendo sexo na rua.

Eu não me importo, pego minha jaqueta, abro a porta e parto para a noite fria.
Se fosse para eu me interessar pela vida dos outros eu gastaria meu dinheiro de melhor forma.


sábado, 9 de junho de 2012

amor zumbi III

Os jogos de hoje me preparam para o holocausto de amanhã. Ninguém acredita, mas o apocalipse zumbi está próximo e seria melhor carregar as armas. 

Nada vai melhorar nos próximos anos e os hospitais ficarão cada vez mais lotados. Você pensa o quão ruim podem ficar as coisas e eu te digo que nada será parecido com o que está por vir.
Abra seus olhos e dance  dança dos mortos.

Passamos a vida nos enganando, indo do trabalho para casa e acumulando produtos que não precisávamos. Agora nada mais adianta, não estávamos preparados para o dia em que o inferno estivesse lotado e nossos mortos retornassem.

Cafés da manhã com cereais, torradas francesas e suco de laranja e tudo o que a TV nos dizia como saudável, aulas de ginástica em acadêmias modernas e uma visita ao médico regularmente. Mas bastou a primeira carneira se abrir para vermos que nossa vida foi inútil e que todo o dinheiro do mundo não salvaria você da praga dos não-mortos.

E agora, o que faremos?

O amanhecer é apenas uma lembrança na mente dos mais velhos e as crianças que nasceram na escuridão são as que melhor se adaptaram à luta.

Carrego minha Ak-47 e sorrio, sei que este não é o nosso fim, muito pelo contrário, este é o nosso começo. Beije-me meu amor, pois somos os novos heróis, somos o Capitão América e Sharon Carter da geração pestilenta

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

o matador de tolos

Eu fico parado todas as noites no alto do mesmo prédio, apenas observando as pessoas caminharem no mesmo compasso, como em um balé sem sincronia e sem sentido. Elas andam como cegos em uma procissão, seguindo o fluxo em uma de energia invisível. Os mesmo cordeiros de sempre.

Eu estou aqui, não como juiz ou Senhor, mas sim como arauto de um novo tempo, um tempo de violência e apatia, tempo de egoísmo e caos. Todos devem pagar pelos erros que existem neste mundo.

Meu papel aqui é apenas acabar com mais um individualista. Olho pela mira do meu fuzil e penso quem devo escolher... a mulher carregada de sacolas de compras, o homem de terno bem alinhado que conversa em seu celular moderno sem nem perceber que ao seu lado um cachorro de rua implora por uma afago ou a jovem vaidosa que se admira em todas as vitrines.

Escolho um homem com roupas brancas, calculo que seja um médico, que está sentado em uma mesa no deck de um restaurante. Ele mexe em seu tablet, provavelmente procurando mais um modelo de carro novo ou o anúncio de uma prostituta, não me importa, só sei que serão suas últimas ações.

Com calma, miro, prendo a respiração e puxo o gatilho. Não demora mais do que um segundo para ver a cabeça dele explodir e seu corpo tombar já sem vida antes de tocar no chão.

Todos correm apavorados sem saber de onde veio o tiro ou o que está acontecendo. Eu sorrio, cumpri minha função hoje, melhor ir para casa e ver algum filme na TV.

Amanhã é um novo dia.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

os olhos que não vejo e o gosto quente do teu sangue

Sombras sobre a cidade. Sinto a eletricidade em meu corpo que queima os olhos da inveja. Eu a olho pela janela e imagino como seria se ela estivesse morta, ela conversa com a mãe e eu queria calar a sua voz.

Ao anoitecer ela vai para o quarto, liga o som e começa a dançar de forma leve. Presto atenção em seus rodopios femininos e penso em cortar suas pernas e chutar seu estômago até fazê-la vomitar sangue.

Coloco a mão no meu bolso e sinto o frio da lâmina tocar minha pele fria. A noite será melhor agora, quando as sombras falam em meus ouvidos guiando meu êxtase de violência em um balé de horror.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

qual a cor do céu?


Ontem, dia de chuva, hoje, um dia comum, um dia qualquer, daqueles que fazem com que eu queira algo um pouco melhor para mim.

Fico olhando as lâmpadas da iluminação natalina que coloquei na sacada do apartamento, me vejo hipnotizado por aquele piscar eterno da eletricidade, no mesmo ritmo, no mesmo acorde, como uma sinfonia de luz e silêncio.

Dias assim eu me deparo com meu lado mais patético, o de um homem parado na vida, no tempo. Ledo engano... e aquele imigrante árabe que me observa com cara de incredulidade enquanto faço pequenos cortes em minha mão com uma faca de caça não entende os motivos da minha crença particular.

Sou um homem-bomba sem direção. O detonador em minha mão me dá coceira e eu imagino que cor terá o céu quando meu corpo se dividir em 1000 pequenos pedaços. Subo no alto do edifício e olho o mar de cabos e fios que ligam as ruas. A cidade parece mais calma, mas eu sei que o mal está na espreita. Não posso confiar em mais ninguém.

Continuo olhando ao longe, mas não falarei mais nada e nem prometerei mais nada. Minha missão agora será mais quieta, farei tudo na surdina, maquinando cada passo. O campo nunca está totalmente livre.

terça-feira, 12 de abril de 2011

lei microvidas

microcontos de violência e diversão

Não tem paciência para ler algo?
Não tem tempo para nada?
Então CLICA AQUI e vai ler um microconto!
Tu não sabes o que tu tá perdendo!