Uma vez, eu tinha uns 33 anos, namorei com uma guria de 20 anos.
Não é nada de mais né?
Pois te digo que é.
Afinal meu caro leitor, a vida não se resume ao sexo, pelo menos não não mais naquela vontade dos 20 anos. Então, entre um sexo e outro eu tinha que conversar com a menina e daí começava o problema.
Alguém vai dizer: "ah, mas que babaca arrogante. Se acha o inteligentão".
E no caso, eu digo: não é isso meu pessoal querido, acontece que a diferença de vivência atrapalha um pouco quando tem que conversar algo.
Exemplifico:
- a menina morava com os pais;
- eu morava sozinho;
- ela ganhava mesada;
- eu trabalha;
- ela era aluna e cursava comunicação;
- eu era professor e estava dando um curso na faculdade dela;
- ela estava no segundo ou terceiro namoro;
- eu já era divorciado.
Ou seja... tem uma certa diferença de vida que pega em alguns detalhes.
E isto não é uma crítica ao fato dela ser novinha e viver com os pais, afinal ela tava aproveitando os anos maravilhosos da faculdade e fazendo as festas que se deve fazer nesta idade. Eu pelo menos fiz muita festa.
Na verdade, o burro era eu, pois eu não tinha mais nada a ver com festa de faculdade de comunicação. E mais, eu comecei a me sentir mal pois me via atrapalhando a vida da guria. Poxa, ela tinha 20 anos, não podia ficar perdendo tempo com um cara muito mais velho que ela, e que não tinha mais paciência de ficar zanzando pela rua depois de beber todas num boteco vagabundo que nem cadeira tinha. E nada mais ridículo que um tiozinho chato do lado de uma Lolita alegre e cheia de vida.
Resultado: um namoro de novembro até abril do ano seguinte, um término de relacionamento sutil como um tiro de escopeta no peito dela e o ódio eterno que ela ficou da minha pessoa.