sexta-feira, 21 de março de 2014

munique

Os sinos de março me lembram que já é outono.

Mas isto não me importa mais. O colorido do dia se foi no último raio vermelho de luz.

Agora, apenas as sombras dos pássaros de Tóquio.

Ópio.

Loucos momentos dentro do carro, a velocidade aumentando a batida do coração e o metal se funde com a carne. Segredos industrializados marcados na pele com laser. Os sonhos terminaram nas linhas brancas da heroína. Este foi um bom dia. Os tubos, os canos, a cilindrada, rpm, veias aceleradas, batidas mecanizadas e o ritmo enlouquecedor do avião que explode contra a torre de vidro.
Seu corpo feminino se retorce de prazer ao sentir a frieza do aço e a suavidade da borracha. 

E tudo isto aconteceu em Munique, onde as histórias de amor são frias e o sexo não importa, onde as verdades são mentiras que contei.