Noite... quando o frio envolve meus ossos doentes. Perco o controle perante o abismo e sinto o pêndulo indo e vindo, hipnotizando o que resta de minha consciência racional.
Entre as ruas de mesmo nome a que me chama atenção é a banhada pelo sangue dos meus iguais. Algumas coisas não mudam na velocidade que eu desejo, então, sob o peso do passado eu sento e espero com calma, sei que as pessoas se lembrarão que estou aqui.
Não sei, talvez eu não me importe mais, aprendi com a calma dos perdedores que um dia o jogo da foice muda de direção.
Vou continuar caminhando no mesmo passo cambaleante, no mesmo ritmo macabro da dança dos mortos.
A minha terra é onde está meu coração. Com a peste ao sul minha estrada ruma ao norte E lá em frente, onde o verão já terminou e o inverno sorri pra mim, peço desculpas para o amor pois sou orgulhoso demais para chorar.
As cortinas se fecham e os tiros começam.