quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

leia com calma e veja porque não sou uma pessoa arrogante

Vou dar alguns exemplos de porque não sou um sujeito arrogante, mas sim, digamos... sem interesse pelas pessoas ou coisas consideradas importantes.

O primeiro fato que vou relatar aconteceu durante a campanha política de 2008, pleito municipal em Pelotas, quando o então presidente Lula estava visitando várias cidades consideradas chaves para apresentar seu apoio ao candidato do PT. No caso de Pelotas, o então deputado, Fernando Marroni.

Nesta referida campanha eu fui contratado para a função de assistente de direção de uma marreca de Brasília (de onde havia descido toda a "cabeça" da campanha) que seria o diretor do programa de TV.

Em um referido dia, foi comunicado que o Lula estaria em Pelotas e Rio Grande para gravar uma mensagem de apoio e convidaram além do pessoal que estava trabalhando naquela data, toda a equipe da graxa para ir conhecer o presidente.

Todos foram!

Menos eu!

Por que não fui? Porque eu queria ir no cinema e quem já trabalhou em uma campanha sabe que é meio que impossível ter uma vida normal no período. 

Então, na minha cabeça, o que era mais importante? Descansar ou ver o Lula? Claro que descansar e sair um pouco da chatice do trabalho.

Isto é arrogância? Não, é apenas não se importar. Afinal, eu não teria nada para acrescentar na minha vida simplesmente por ter conhecido o Lula.

...

Outro momento que mostra que não sou arrogante também envolve política, em outra campanha para prefeito, só que agora em 2012 e em Santa Maria.

Trabalhava eu como redator-chefe na campanha para o candidato Cezar Schirmer, quando foi anunciado que o Senador e presidente do PMDB, atual presidente do Brasil, Michel Temer, estaria em um jantar em Santa Maria para gravar o apoio dele ao candidato Schirmer.

Lá me convidam de novo e desta vez eu aceito, afinal era um jantar e eu estava cansado de ficar dentro da produtora escrevendo e criando textos sobre os grandes projetos para os próximos 4 anos da cidade.

Pois bem, vou no jantar e fico de boa lá, olhando o pessoal balançando bandeira e gritando como se fossem groupies políticas (mas não politizadas). Ando de um lado para o outro rindo e achando tudo divertido. Algumas pessoas me são apresentadas e me dão os parabéns pelos meus textos. Eu, sempre, gentilmente agradeço e continuo minha caminhada apenas pensando no horário que o Temer ia chegar, pois eu sabia que o jantar só seria servido após a presença do mesmo no salão.

E então o Temer chega...

toda a equipe acompanha o prefeito Schirmer para gravar junto com o Temer e eu vou apenas para olhar.

Só que no caminho um cachorrinho vira-lata que está do lado de fora do CTG onde era o jantar chama a minha atenção. Eu paro, esqueço a histeria política, e fico ali brincando com o cachorro. Quando paro de fazer carinho no cusco, me dirijo para a sala onde estão gravando. 

Sou revistado na porta pelo pessoal do SS do Senado, entro no recinto e dou um boa noite cordial aos presentes. Temer está parado a dois passos da minha figura e reparo que ele é baixo, de cabelo grisalho e não me passa nenhuma imagem de poder ou capacidade de mando. 

Ele conversava com o Schirmer e com alguns outros políticos e por isso apenas fiz um aceno com a cabeça pra demonstrar que eu estava no local, afinal eu era da equipe da campanha e precisava ser visto, do contrário pareceria rude da minha parte.

Eu fiquei ali ao lado do Temer para esperar uma foto ou algo do gênero?

Não!

Por que não? Simples, porque eu vi que do outro lado da sala estava o Ibsen Pinheiro, sentado sozinho, sem nenhum holofote pro lado dele, apenas jantando quieto no canto. Quando vi o Ibsen ali, me dirigi até ele e pedi com licença para sentar. 

Jantei ali, de costas para o Temer, tendo um papo simpático sobre o Internacional com um senhor que admiro muito por sua inteligência.

Isto é arrogância?

Não, é apenas não se importar com o Temer, com o Lula, com Dilma, Sartori, Aécio, Serra, ou com qualquer pessoa que possua algum cargo que seja considerado importante. Estas pessoas NÃO SÃO os cargos delas, elas ESTÃO em determinados cargos, funções, serviços ou empregos. No mais, são apenas pessoas comuns... como você e eu. No dia que algum deles voar, daí sim, eu paro para prestar atenção.

E te digo... algumas delas não chegam nem aos meus pés. E sim... isto foi arrogante da minha parte. Mas o que seria da minha vida se eu não fosse irônico com tudo que está ao meu redor não é mesmo?