Que situação mais constrangedora.
Tô eu aqui, sozinho, sentado tomando um café e uma Coca-Cola, não necessariamente junto, quando percebo que uma pessoa está me olhando. Pior... me encarando.
Continuo fazendo o que estou (naquele momento, anotando isto para escrever depois), olho rapidamente como quem não quer nada (sabe o tipo de olhada que eu tô falando né meu champz?!) e vejo que a pessoa ainda está lá, só de olho em mim.
Penso comigo... "será que ninguém percebe isso"?
Pelo jeito não, pois a pessoa é muito indiscreta.
Olho para um lado, para o outro e já começo a não saber o que fazer... meus braços parecem ter vida própria e não consigo mais coordenar os movimentos. Minha cabeça pesa uma tonelada e sinto que meu pescoço vai quebrar.
Pego uma revista e fico folheando aleatoriamente até achar uma matéria interessante para ler. Lendo, acabo esquecendo do mundo ao redor. Termino meu café, acabo de ler a matéria (estava lendo uma Rolling Stone) e quando olho para frente o que eu vejo? Sim, a mesma pessoa ainda está lá e como eu parei de ler voltou a me olhar!
Será que ela tá de sacanagem comigo?
Só pode ser isso!
Canso dessa história e levanto para ir embora. Detalhe, para eu sair do local eu tenho que necessariamente passar em frente a mesa onde está a dita cuja me encarando.
Bem, é isso que eu faço, caminho, sem saber como, pois não consigo caminhar, respirar e pensar ao mesmo tempo e por um segundo acho que minhas pernas estão de sacanagem comigo tentando andar as duas ao mesmo tempo.
Me concentro e vou... esquerda, direita, esquerda, direita, a pessoa me olhando, esquerda, direita, esquerda, direita, a pessoa me olhando mais de perto, esquerda, direita, passo pela mesa, esquerda, direita, passo pela porta e lá vou eu embora.
Como sou curioso, olho para trás e lá está... ela continuou me olhando.
Meus zezus!
Obs: a dita pessoa era uma mulher com idade entre 55 e 60 anos muito bem vestida. Digamos que uma perua. O único detalhe é que fisicamente a única coisa que eu faria com ela seria ter uma longa conversa sobre Heidegger.
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a coisa era mais ou menos por aí |
Ou seja... qualé!